17 de mar. de 2004
É uma frente fria mostrando o quando posso ser forte. Depois das alfaces vermelhas, os guardanapos não seriam amarrotados, nem os lençóis, nem a colcha de veludo vermelho que me faz espirrar. Preciso traçar estratégias que rimem cordas com celulares; coleiras com papéis de chocolates. E a frase contamina os ouvidos mais afoitos. É apenas óleo de girassol me escorrendo pelo esfíncter. Preciso de mais associações livres para disfarçar a minha história. Consulto meu manual de boas maneiras, para não ofender nanocracia que segue o sequito. E se eu pedisse para a Sugar traduzir Goethe para mim, eu compreenderia o que está suspenso por linhas pontilhadas? Esqueço-me das promessas que me faço durante o dia, para depois ficar lamentando aos os cantos o quanto eu poderia/deveria estar livre. Livre, planando sobre conjunção Áries junto a Virgem. Livre, sentido o gozo pulsar de dentro dos meus poros. Vejo os estralos estacionados atrás da minha nuca raspada. São orgasmos intermitentes turvando meus sentidos. Uns poderia desconfiar que são efeitos ilícitos; outros, de abuso. Agora não me importo mais com o que meus amigos vão pensar; se são amigos, eles não se importarão se sou um homem violentamente apaixonado pelo cano cromado de uma pistola com a numeração também raspada. Foi um beijo de me deixar hematomas. O próximo, quero numa fila de supermercado. Será o clímax do meu romance. Hoje, foram indícios que ele me ama. Amanhã, serão provas de que ele realmente não consegue dormir sem sentir meus pés entrelaçados nos seus. Não consigo conter o fluxo, nem quero.
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