10 de nov. de 2007
Os dislexos de todos os dias não saem para fazer compras na feira
9 de nov. de 2007
No sétimo círculo fustigaremos sua carne.
-- Estou feliz em saber que a elite da polícia militar, vulgo BOPE, acolhe os ateus. Respeito muito quem não acredita no Deus ex-nihilo. Ou não acredita em Deus nenhum.
-- Ateísmo é tabu no Brasil, Marcinho. Duvido que o major seja incrédulo, logo ele, sendo um militar, sempre ultraconversadores. Em qual círculo do inferno de Dante ardem os omissos?
-- Consultemos o Google:
“Mas olha o vale: o rio é não distante
De sangue, onde verás fervendo aquele,
48 Que violência exerceu no semelhante.
-- Ele(s) deve(m) sentir muita culpa. A menos que sejam psicóticos...
-- Então deveriam estar fora de qualquer corporação.
-- Viver muitos anos se remoendo de culpa, não haveria castigo melhor.
-- Auto-castigo, Marcinho.
8 de nov. de 2007
Num outro patamar qualquer
Transtorno bipolar do humor
6 de nov. de 2007
5 de nov. de 2007
A dança
A destruição assobia nos meus ouvidos canções de ninar. É força da natureza, contra ela não podemos nada. Prevenir, talvez.
3 de nov. de 2007
31 de out. de 2007
Quando o alter-ego fala
Quem conhece o purgatório de Dante, sabe exatamente a dor que estou sentindo. A(dor)ei (de) senti-la em outros estados artificiais da natureza, confesso, embora gritasse o código combinado a cada bofetada desferida. Saudade do que poderia ter sido o Taj Mahal de ponta cabeça. O escrivão da Polícia Federal induzia-me o desejo. Seus olhos saltavam para fora, sequiosos da performance que não sei onde por Deus aprendi. É a prática. É a prática. Seu falo descomunal (Valei, Hilda Hislt!) ditava as regras e os pudores. Abre a boca. Engole. Cospe, não! Tá, engasgando, por quê? Engoliria até sua alma, querido, se essas suas algemas pudessem colorir de cinza-prateado a cabeceira desse quarto previssível de motel. (Ui, como ele está erótico hoje. Estou até com medo de pegar doença venérea. Mesmo tão protegido, mesmo tão ausente.) Borrachudos por todos lados, querendo se meter num negócio de adultos. Queremos seu sangue, diriam alguns. Estava sangrando meu lábio superior. O escrivão fez que não viu. Não era com ele. O calor das três da tarde derretia a esperança de continuarmos até o entardecer a lição de tiro. Tira!Tira!Tira! Relaxa, guri. Seja homem. E principalmente nos momentos de dor. Rebola que alivia. É halloween novamente. Escrevo-lhe um e-mail. Aproveito a deixa da ocasião. E se o escrivão responder? Se ele aceitar? Chegaria fantasiado com o uniforme de todos os dias. Eu, com meu kit puta: mini-saia, top e salto alto. Gloss nos lábios, rímel nos cílios. Se não fosse meu chaveirinho, diria que eu era uma mocinha pura provando ao namorado cafajeste o quando o amava. (Está ridículo, eu sei. Tenho espelho na porta do guarda-roupa. Apenas, cumpro ordens. E voz de comando). Doce de abóbora para sobremessa. As velas de citronela espalhadas pelos cantos da casa. As promessas, as juras, um banho frio. Deveria ter-lhe roubado a carteira e jogado no esgoto de onde ele nunca deveria ter saído, nem mesmo para se encontrar com um amigo que não fode o suficientemente para lhe convencer a procurá-lo com mais freqüência. Passado quase um ano e eu ainda querendo acordar de manhã ao seu lado. Meu único compromisso é com a literatura. Valeu como inspiração. Mudarei de endereço, de quadra, de apartamento para que ele não ouse me visitar as duas da manhã, fugindo do plantão, achando que direitos são adquiridos mesmo quando não se faz presente quando solicitado. Se não for do meu jeito, não é de jeito nenhum, disse-lhe o escrivão. Ok! respondi-lhe escondendo o olhar de choro. Foi melhor assim. Tem sido melhor assim.
Atualizado: Escrever, escrever, escrever. Revisar exaustivamente. Salvar como rascunho. Esquecê-lo. Revisar exaustivamente de novo, qdo por acaso lembrar-se-lhe (que estrutura é essa? Chamem o Bechara!) dele. Somente, então, publicar. Gostaria de seguir os meus particulares princípios, mas a avidez me atropela. Ando atordoado por esses dias. Pretensão com "c". Performance sem "n". E outros herrores apontados pela minha linda e adorável prima. Ela pode não ter gostado da explicação e do contra-argumento. Paciência. O bom vendedor que sou nunca me abandona. Você é bom de lábia, me disse ela. De lábia e de boca.
Respondendo perguntas
Dentre todas, minha favorita. Dentre todos, meu favorito. Traço estratégias. 97 está sendo o ano dos convites (aceitei todos) e das propostas (analisei todas). Venha viver comigo em Toronto. Venha como turista, mesmo. Não tenha medo. Aqui faz muito frio, quando se está só numa banheira de hotel. O frio está para o Canadá, assim como o calor está para o Brasil. Meu ceticismo, nosso freio de mão moderno, me mostra outras possibilidades, DiCla. Seu convite chegou-me tarde, Lindusco, não posso mais. Resta-nos resolver o imbrólio que nos metemos. Enquanto isso, vou aceitando os presentes que me oferecem: os rubiks. Deles me canso fácil. Minha cabeça dói e só penso em você, leitora.
30 de out. de 2007
29 de out. de 2007
27 de out. de 2007
Lavar as mãos na pia batismal. Afronta. Grandes flocos de neve soterravam o plano estrategicamente elaborado por apressadas mentes vis. Fondue a dois, mas poderia ter sido a três, a quatro, no máximo cinco, pois aviãozinhos terroristas desembarcam no Sudoeste quando as estripulias fogem ao controle pré-estabelecido por mim. Quem manda aqui sou eu, dizia-lhes com doçura, na tentativa dissimulada de não expor nossa vida ao risco. Do que mais sinto falta? Privacidade. Poder esquecer um pedaço de papel dormitanto sobre a escrivaninha sem que ninguém lesse o impropério. Meus arquivos do MSN já não podem ser mais salvos. Copiou, colou e imprimiu. Para quê? Por quê? (Junto ou separado? Nunca me lembro.) Há lições que jamais vou aprender. Levanta-se, pega a gramática, guardada na prateleira mais alta da estante. Interromper equivaleria ao crime de sangrar o mangalarga. Staff. O da patinha rajada é o que tem o veneno. Pardon , mademoiselle. Eu (me) aproveito tudo (de todos). Se assumiu um compromisso tem que ser responsável. Descer com o cão antes que ele me rasgue o sofá. Fica para mais tarde ou para amanhã-nunca-mais a tentativa de explorar o inconsciente doentio dos Prados.
26 de out. de 2007
25 de out. de 2007
O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões, e então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault. Se depois desse regime você ainda se impressionar com esses três, é porque é burro mesmo e eu nada posso fazer por você.
O Senhor Olavo de Carvalho oferece uma bibliografia básica para seus alunos que clamam por um orientação. Ganha-se tempo, mas ainda assim, ainda assim, prefiro descobrir tudo por mim mesmo. Se não sou capaz de selecionar uma bibliografia, de que serei capaz, então? De seguir a manada. Pegue sua mochila e vamos embora, diria o diário, se não estivesse de ball gag desde cedo. Você, fala demais, mulher. Ele puto resmungava.
24 de out. de 2007
Sujos de chocolate
O colorido da cidade, a ansiedade a me desestabilizar. Podem vir centanas de milhares de flores, simulando uma chuva de pétalas que nem mesmo assim, que nem mesmo assim, volto atrás. Passado, meu bem. Fazemos parte da história particular de cada um. Quer me rever? Visite o museu da tua memória. Fraca. Pois deixou de ser social. Compartilhar-se foi bom? Razoável, para lhe ser sincero. Digo isso para que tu possas aprimorar suas técnicas e táticas de guerrilha. Tu tens certeza que estiveste onde dizes que estiveste? Para mim tu eres todo, repito, um fraco, essa tua armadura, ossos, músculos, nervos e tendões com o tempo murchará. Levará tempo reconheço, mas seremos implacáveis.
E os banhos de óleo que lhe preparávamos com tanta devoção. Quantas mãos serão preciso para saciar seu desejo a se pôr só depois de levantar o sol. Os recheios dos sushis. Os salmões depurados. Cortar os punhos, da camisa de seda, quando surge um evento imprevisto. Eu me odeio por ter me dedicado tanto. Pela insanidade desatada. O florescimento sempre serviu de pretexto. Quero te polinizar no conforto do tapete do meu quarto. Foi a cantada mais bêbada, escutada. O lóbulo da orelha. A jóia a encontrar refúgio numa boca melodiosa. O atrito das jóias acordaria nossos pais, se já não estivem mortos. Pode ser um psicopata. Boate cheia. Amigos diziam. Todos me invejavam. Alguns nos invejaram.
São flamboyants! Admiro-me um aluno de geografia desconhecer as espécies da sua própria cidade. Como se ele tivesse uma outra lição a me ensinar.... Estou sentido um ressentimento, acaba de me falar meu primo que está aqui do meu lado acompanhando o desenrolar desse post. Sua função auto-proclamada: corrigir -me a ortografia, a semântica, a sintaxe. Aqui estou no limiar, explico-lhe Normas rígidas nos servem mais. Desse momumento, quero só o alicerce. A vida aqui dentro flui. Observe com que facilidade coloco pés atrás da nuca. Não entendi? Fle-xi-bi-li-da-de. Ostra vienense, para os que fazem do quatro um oito. Ele ri. Eu quero esquecer. Pena que ele não acredita no power bloggers e nas mudanças que estão por vir. Sai os altos flamboyants. (Ah! Era como se eu estivesse tocando nos dedos de Deus.) Entram as delicadas tulipas. (Nos seus canteiros vamos experimentar o verdadeiro orgasmo. Oh! Toronto. Sonho contigo todas as noites.) Isso não é normal, nem verossimil, diarista... Ainda não terminou, primo? Isso não tem fim. Vou dar um chutão no estabilizador. A ansiedade.
Pelas mentiras que nos contam desde criança. Pelos direitos de todas as minorias.
Para quem consegue ler Flaubert no original, surrupiado daqui.
23 de out. de 2007
Ode ao blogue extinto
Em homenagem a Orhan Pamuk
Lá fora chove, aqui dentro... neve se acumulando sobre o recamier, sobre o aparador da sala de jantar, sob meus pés. Se faz frio? Com o frio a gente se acostuma. Não me acostumo com o desejo implorado de não se querer ser mais do que já não se pode por absoluta falta de espaço. Solidão é um passageiro que pedia carona na altura da 108 sul (para quem não conhece a capital, é a rua da Igrejinha) e agora, bem instalado, a qualquer momento vai descer. E vai levar e vai trazer. Talvez esquecer. O livro (o romance) serviu como quebra-gelo (só agora percebo a ironia me presenteada pela Vida). Falamos sobre a diversidade dos modos e costumes. Uma amiga minha, fulana de tal, foi mais bem acolhida em Istambul do que em Paris... Sobre os fonemas, as diferenças socio-lingüísticas, sobre o injusto sistema de crédito da universidade. Ensinei-lhe alguns macetes. Dei-lhe algumas dicas. Não pega disciplina com professor fulano de tal. Carnificina geral. Trocamos telefones, e-mails. Confidências. Paixões. E aprendi (descobri) que oil wrestling(com licença o leitor-tradutor e a leitora-tradutora se eu errar na tradução, fica assim mesmo. Depois vocês me corrigem), luta-romana, seria principal esporte nacional da Turquia. E Solidão, ex-vencedor na modalidade. E depois diz que não tem nada a nos ensinar.
22 de out. de 2007
Aquela lagartitinha que o eu-passarinho acabou de saborear como se fosse a sobremesa, bem que poderia me representar na exposição de motivos do próximo dia nove. (Gente do céu, e da terra principalmente, não faço idéia onde vou chegar com esse post. A cada releitura insiro uma frase, indiferente se arrebentar a bexiga. (Sentia prazer em colocar nossas vidas em risco.) Meu-eu ficcionista resumer-se-ia (desculpem-me os blogueiros que escrevem em estilo jornalístico, a mesóclice baixou como se eu fosse... perai, escriba, há toda uma preparação para ser receber um orixá, um pouco mais de respeito à crença dos teus antepassados, por favor, disse -lhe o diário intimo, num roupante atrevido adjetivado de matizes lilases.) a uma larva frágil e delicada, camuflando-se em seus medos e ressentimentos, no aguardo de cumprir-se promesa? O Sol é para todos, pena que os dias sejam nublados e a peçonha suficiente para derrubar um cavalo.
21 de out. de 2007
20 de out. de 2007
Das apostas erradas feitas no bar da esquina
"O governo de Mônaco vai acabar extraditando o Salvatore Cacciola." Um inocente comentário ( eu não tinha mais assunto) acabou originando a aposta. "Dificilmente. Há outros interesses envolvidos. ", retrucou meu amigo. Conseguia novamente incendiar a roda de chopp. Nossas vozes ressoavam por todo bar, abafando as outras conversas. "Aposto na competência dos nossos sub-procuradores.", disse-lhes. No tom mais sarcástico que eu poderia dizê-lo. E sorvi da tulipa o resto que eu já não mais queria. "Obrigado pela parte que me toca. ", disse ele, "De quanto vai ser a aposta?, perguntou-me, surpreendendo-me com um tom ríspito e arrogante. Fingi que não era comigo. Meu olhar perdia-se no horizonte na esperança de encontrar o ponto de apoio. " Foi apenas uma forma de se expressar.", disse-lhe, titubeando. Ele sem hesitar, tirou a carteira do bolso do paletó e de lá de dentro sacou uma nota de cinqüenta reais que foi cuidadosamente presa debaixo da minha tulipa vazia.
"Quer saber mais do que eu." resmungou como se fosse possível falar entre os dentes. Isso não vai dar em nada. "Jamais, mon cher. Je n'écrit pas en français." E sob olhares ávidos, uma outra nota de cinqüenta fez par a primeira. "Para não fazer desfeita. ", disse-lhe, fitando-lhe nos olhos. Gritaria geral. Fla-Flu improvissado numa calçada de ardósias vitrificadas. Dois galos de briga a se encararem minutos antes de se enfrentarem numa rinha. Ou seriam dois pitbulls? Sua boca espumava e não era espuma do chopp. Eu apenas observava-o sem entender o que eu havia dito de errado. Para onde teria ido o debate com seus elaborados argumentos irrefutáveis. "Confio no empenho do nosso ministro," disse-lhe, sem me importar com a provocação. "Agora, repatriarem todo o dinheiro extraviado seria esperar demais", completei, antes de me levantar sem pedir licença para ir ao banheiro. Quando voltei o bolão estava fechado. Cinco com um. E passei a ser conhecido como namoradinho ingênuo do Gustavo, para os íntimos: Eugênio.
Aula de sobrevivência em alto-mar
Chorar de barriga cheia, como se sabe é muito feio. Nunca ninguém me disse que escrever seria fácil, prazeroso ou me proveria. Quando você começou, tínhamos um objetivo, aprender. Nunca se esqueça da metáfora, escrever é como praticar natação. O problema é que nunca sabemos onde vai ser a aula, na semi-olímpica (onde dá pezinho), na olímpica (onde se dá cãibra), ou no tanque de saltos (onde olhares agonizantes se cruzaram e risadas são prelúdio de um beijo.)
18 de out. de 2007
17 de out. de 2007
Interrompeu a leitura. Com a mão no bolsilho do casaco procurava pelo lápis. Olhou em volta de si. No criado-mudo. Na escrivaninha. No aparador. Fechou o livro e o deixou em cima da poltrona onde se encontrava sentado. Precisa copiar aquela frase: "Não há de ser nada... Tudo vai dar certo." Seu otimismo resistia até 38 graus de febre. Passados calafrios, refletia sobre as escolhas erradas tomadas durante o curto periodo em que o rei se ausentou de casa.
8 de out. de 2007
27 de set. de 2007
15 de set. de 2007
Canção da Chuva ou ASAP
Venha chuva, acompanhada da primavera,
fazer cócegas nesse corpo, infelizmente seu.
Soro hidrata, mas só você vivifica.
Venha! Mas venha tempestade.
Inunde o parquinho, a praça, o terraço.
Afogue minhas lembranças, todas elas, não me importo,
se for para o nosso bem.
Venha chuva! Acompanhada de ventos. Arranque pelas raízes todo nosso condenado pinheral. Toda gambira.
As telhas quebradas. Arrasse os bananais com seus morcegos.
Voçorocas nos corações do incautos,
Lama e lixo para dentro de casa.
Leptospirose, hepatite, dengue, desabrigados.
Tragédias pessoais televisionadas.
Mas, venha mesmo assim.
ASAP
6 de set. de 2007
20 de ago. de 2007
17 de ago. de 2007
Segue abaixo, uma piada recebida por e-mail de um parente muito próximo (por acaso, colega de trabalho). Estava mesmo precisando renovar meu velho repertório. Ao contar piadas de gays em reuniões familiares, provo do meu próprio sarcasmo me queimando a língua. Evita-se qualquer pergunta indiscreta. Estou com munição na agulha, não erro o alvo. Fazer humor das próprias angústias passou a ser um modo de vida.
"O FILHO GAY
Desconfiado das atitudes do filho, o pai leva o garoto ao psicólogo para descobrir se seu filho é homossexual.
O Dr pergunta ao garoto:
- Qual o vegetal que você mais gosta?
(Meu Deus, ele vai dizer cenoura ou pepino – pensa o pai).
- Chuchu – responde o garoto.
(Ufa! – pensa o pai).
- Qual seu número preferido? Pergunta o Dr.
(24! – pensa o pai).
- 111 – responde o filho.
(Ufa! Pensa o pai).
- Qual o animalzinho que você gostaria de criar?
(Cordeirinho, carneirinho, viadinho, ai meu Deus, o que esse moloque vai responder?! – pensa o pai).
- Jacaré! – diz o filho.
(Ufa! Aliviado fica o pai).
O que você quer ser quando crescer? -pergunta o Dr.
(cabeleireiro, alfaiate, estilista – pensa o pai).
- Advogado – responde o filho.
- Que fruta você mais gosta? – pergunta o médico [sic].
(Até aqui tudo bem, pensa o pai).
- Jabuticaba, afirma o menino.
O moleque deixa a sala e o pai aliviado, diz para o médico:
- Meu filho é um MACHÃO de primeira linhagem não é Dr?
E o Dr. Responde:
- Seu filho é gay assumido:
- Chuchu, dá o ano inteiro...
- 111 é um atrás do outro...
- Jacaré se defende dando o rabo...
- Advogado vive de vara em vara...
- Jabuticaba é a única fruta que nasce e morre grudada no pau!
Portanto, VIADÃO [sic] mesmo!!!"
16 de ago. de 2007
15 de ago. de 2007
Ode a Jack Kerouac
Acordado no meio da madrugada por uma fisgada que me recuso a investigar a procedência. Daqui a alguns posts direi: não era nada. Não é nada. Apenas dói. Sinal que estamos vivos. Levanto-me definitivamente. Acendo a luz. Pego meu laptop. Corro para o banheiro. Não reclama da sorte, rapaz. Houve uma época em que levantar-se no escuro era uma profissão de fé. Fizemos progresso. Floratil a essa hora, nem na rua das farmácias. Distraio-me com quem encontro on line no chat, porque no messenger não há mais ninguém. Quantas identidades terei de assumir até a dor ceder? Quantas forem necessárias. Nasce sol, traz de volta o dia, com a promessa que vou procurar ajuda. Esguicho, acompanhado de abruptos movimentos peristálticos. Sou acrobata e não sabia. Um italiano, um norueguês e um estadunidense. A luz do monitor piscando. Quem me fará esquecer minha humilhante condição de ser humano? O estadunidense lamenta pelo meu estado. Pára, rapaz, senão ele vai chorar. A beleza de um harmonioso par de sobrancelhas distrai, cura, refresca. Liga sua webcam. Ligo-a, mas me recuso a sorrir. Seria contraditório. Sorri para mim. Mostrar os dentes não é sorrir. Estou descabelado. Acabei de acordar. Minhas pálpebras inchadas escondem o castanho dos meus olhos. Tenho algo para você. Bomba de sucção não seria um objeto a se cobiçar no estado em que me encontro. Faltou sensibilidade. Desculpa. Envia-me depois uma fotografia tua... artística, por favor. Condeno pornografia. Gargalhadas atravessam o atlântico na velocidade de um beijo. Não queria se despedir, antes de mim. Até porque o fuso horário lhe favorecia. A luz do sol entrando por debaixo da porta do banheiro. Preciso ir amigo. Ah! Sério? Cinco horas. Tenho mais alguns minutos, já que estamos a sós aqui nós dois, presumo, esqueço o trivial e exploro as possibilidades. Se gostares de literatura, lanço uma moeda no cofrinho. Leio os best-sellers, nem sempre até o final. hehehe. Já que gostas, irei lhe presentear com uma caixa de bombons. A embalagem jogo no lixo, juntamente com o plástico e papel alumínio que nos protegia do chocolate. Veja isso. Ele está lendo o NYT, enquanto conversa comigo. Será que digito tão devagar assim? Conheço. Modestamente considero-o datado. Os anos sessenta pregava o amor livre (e o fim da guerra). Como se o sentimento pudesse ser aprisionado. Hoje, pode-se trazer a namoradinha para dormir em casa. Sem querer ser moralista. Não tenho nada a ver com a vida dos outros. Nem quando os problemas se tornam um caso de saúde pública. Mas eu preferia quando podia burlar os limites impostos pelo meus pais, era mais divertido. Tu és um beatnik? Hã? Como? Tu és remanecente da geração beat? Sou da geração saúde. Percebe-se pelo avantajado do tríceps. Black belt. Cinturões em torno do pescoço me deixam sem ar. Respeito muito minha faixa. Fantasias, meu bem. Fantasias acopladas a teorias sócio-antropológicas. Douglas Coupland agradece.
14 de ago. de 2007
A Montanha Mágica
Letra: Renato Russo
Sou meu próprio líder: ando em círculos
Me equilibro entre dias e noites
Minha vida toda espera algo de mim
Meio-sorriso, meia-lua, toda tarde.
Minha papoula da Índia
Minha flor da Tailândia
És o que tenho de suave
E me fazes tão mal.
Ficou logo o que tinha ido embora
Estou só um pouco cansado
Não sei se isto termina logo
Meu joelho dói
E não há nada a fazer agora.
Para que servem os anjos?
A felicidade mora aqui comigo
Até segunda ordem
Um outro agora vive minha vida
Sei o que ele sonha, pensa e sente
Não é coincidência a minha indiferença
Sou uma cópia do que faço
O que temos é o que nos resta
E estamos querendo demais.
Minha papoula da Índia
Minha flor da Tailândia
És o que eu tenho de suave
E me fazes tão mal.
Existe um descontrole, que corrompe e cresce
Pode até ser, mais estou pronto p'rá mais uma
O que é que desvirtua e ensina?
O que fizemos de nossas próprias vidas?
O mecanismo da amizade,
A matemática dos amantes -
Agora só artesanato:
O resto são escombros.
Mas é claro que não vamos lhe fazer mal
Nem é por isso que estamos aqui
Cada criança com seu próprio canivete
Cada líder com seu próprio .38
Minha papoula da Índia
Minha flor da Tailândia
Chega - vou mudar a minha vida.
Deixa o copo encher até a borda
Que eu quero um dia de sol n'um copo d'água.
13 de ago. de 2007
9 de ago. de 2007
8 de ago. de 2007
Venho selecionando alguns trechos do "A Montanha Mágica" para publicar aqui no DiCla. Eis abaixo uns dos que mais me marcou. Verdades ácidas me guiam até a última página.“-- Esses produtos da probidade burguesa – replicou Naphta – teriam sido de pouca utilidade para os séculos a que o senhor se refere. Nenhuma das partes interessadas poderia ter lucrado com eles, nem os enfermos e os míseros, nem tampoucos os felizes que se mostravam caridosos, não por compaixão, mas em prol da salvação da própria alma.” Mann, Thomas. A Montanha Mágica. 543 p.
7 de ago. de 2007
Triste, tristinho, tristão, permaneci o resto da tarde. Coincidimos, do Dr. Isoldo e eu, estarmos checando nosso webmail. Ele está on line! Ele está on line! Gritou meu verde coração apreensivo. Vamos plantar trevos nos canteiros da janela do quarto. Quem nunca experimentou o sabor explosivo de surpreender um velho querido amigo a conferir sua correspondência virtual. Há quanto tempo não converso com ele? Três meses, uma semana e quatro dias. (Fui consultar o diário.) Mantenha-se calmo, Marcinho. Olha o tamanho do mico que você vai derrubar da árvore. Qual o nome da cidade onde desabou a ponte? Sinto muito... Off line. Nem ao menos um olá. Estou sobrecarregado de tarefas. Sinto falta de quando éramos livres, poderia ter escrito. Escrever-lhe uma carta lamentando a vida. Ele gosta de ser útil. De me consolar, quando chorar não faz a mínina diferença para mim. Sejamos sinceros, rapaz. Não agüento mais ver a CN Tower, para onde quer que eu olhe. E não poder tocá-la, subi-la, admirar Toronto lá de cima. O mundo aos meus pés. Tocar o céu com as ponta dos dedos sem ser recriminado. Prometo me comportar. Estou estudando para isso. Não pretendo me jogar lá de cima. Jamais. Até porque seria um pouco complicado para não dizer impossível tal proeza. Para contrapor a tua ausência, amigo, busco compensações em bancos de escape. Esse tempo todo fazendo eu da arte um instrumento afiado de escapismo! Pouco me importa, estarei colhendo morangos hoje à tarde debaixo de uma acolhedora poltrona macia. Estropiada, é verdade, mas confortável. Pouco me importando se casais namoram com as vergonhas para fora deixando essas mesmas poltronas macias melecadas de suor e outros fluídos vitais, sobrecarregando a tia da limpeza. Estarei colhendo morangos da tela de projeção. Silvestres. Na esperança de encontrar, quando chegar em casa, ao ligar o computador, ao acessar minha caixa-postal, uma resposta ao tempo que tenho aguardado pacientemente.
6 de ago. de 2007
4 de ago. de 2007
Antes de você chegar
Não reconheço essa voz como sendo do Tim Maia. E surpreso estou por descobrir que a minha música predileta do J. Quest é uma cover de autoria de um mestre da black music brasileira: Hyldon. (Você, não sabia, Marcinho? Que desinformado você é!) Adoro escavar o solo vermelho do planalto central a procura de uma possível essência de mim mesmo. As compulsivas e sonolentas tardes de sábado tornaram-se rimas ricas numa profusão de acordes e melodias dissonantes. Nenhuma novidade até então. Nossa, ele é um gato. Onde você o conheceu. Comecei a contarolar desafinado e sem saber a letra. Não podia contar-lhe o quão cheiroso podia ser o banheiro de um centro comercial semi-abandonado. Ah, esqueci de lhe dizer: Baudelaire é uma bíblia que ele consulta antes de se deitar para dormir.
2 de ago. de 2007
É o mais próximo que consigo chegar do sorriso do R. Homens vestindo camisas cor-de-rosa clara poderiam cruzar mais vezes nossos caminhos aos sairmos desatentos do supermercado. Olho, analiso, suspiro. Tudo muito rápido e discreto. Inquietação. Troca de olhares. Ele pára no lado oposto onde me encontro. Senhoras e suas pesadas sacolas de compras. Estaríamos chamando atenção? Parecemos dois assaltantes aguardando o comando de um suposto terceiro homem. Não há mais ninguém além nós. Uma patolada resolveria o problema. Rogo a Deus (aliás, obrigado Santo Antônio, por trazer o azul do céu para tão perto de mim) que seja discreto. Há crianças, mulheres e homens. E definitivamente, aquele não era o lugar mais indicado para se flertar. Finjo esperar alguém. Ele olha em direção ao jardim de cactos no outro lado do estacionamento, como se o tempo tivesse perdido todo seu valor. Aguarda o táxi chegar ou a namorada vir buscá-lo? Todas suas compras couberam numa branca sacola de plástico. Sua pasta a tira colo desse ser mais pesada. Ansiedade a me formigar os ossos. Aproximo-me? Concluo. Sorriu-me por educação. Vejo possiblidade, onde há somente gentileza. Polido. Deve ser de fora. Olha para dentro do supermercado, como se procurasse um refúgio. Se ele se encaminhasse em direção aos banheiros, saberia eu sua real intenção e poderia ir embora em paz. Tira um maço de cigarros do bolso da calça. Seria a deixa, seu eu fumasse. Com cigarro nos lábios, procura pelo isqueiro. O elegência com que vasculha os bolsos e bolsilhos, produz efeitos colaterais na minha pressão. Palpitações. Tontura. Tolice! Deve ter sido o bacalhau. Não deveria ter aceitado a oferta da demonstradora. Bolinhos ao crepúsculo continuam me fazendo mal.
(...)
31 de jul. de 2007
Michelangelo Antonioni (29.09.1912 - 30.07.07)
Cometi um erro crasso ao insistir com o amigo, fã de Lara Croft e John McClane, que fôssemos assistir à mostra de cinema italiano. Já na sala de projeção, nem bem dez minutos haviam se passado, um murmúrio: Eu vou dormir. Se você roncar, eu te mato, retruquei. Isso está chato. E aninhou no meu ombro sua cabeça. Raspada. Glabra. Branca. Sem vestígios de pecado. Foi o máximo de intimidade que tivemos naquela noite. Estúpido, eu, tentar mostrá-lo que andamento poderia ser lento sem perder em nada sua magia.
30 de jul. de 2007
28 de jul. de 2007
No Dia do Escritor
Boa leitura
Dia do Escritor. 25 de julho. A novidade se anunciava embrulhada num tablete de chocolate. Mantenho-me distante de qualquer festividade, celebração ou fogos de artifício. Entreternimento para mim é roleta russa (ou seria montanha?) Talvez, devesse congratular meus amigos que exercem tal profissão de fato. Talvez, não. Pulinhos, gritinhos e soquinhos no ar. Muita euforia para pouca cocaína. Definitivamente, nunca vou conseguir sair vivo desse labirinto. Não há nenhuma linha a nos guiar. O peixe no aquário precisa comer. E eu? Depois houve e-mails a perguntar: porque você escreve? Porque escrevo? Simplesmente por causa da muvuca. Mas desde quando você foi de frevo? -- me pergunta o incauto paciente. Sinceramente, escrevo porque acredito ser a forma mais honesta de se marcar um encontro com a Senhorita Glória. (A arte é amoral, lembra-se? Discutimos isso minutos atrás). Mas Glória apresenta-se indiferente às perguntas dos repórteres e aos flashs das câmaras fotográficas. Ela jamais se renderia aos seus versinhos infantis. Há um motivo, uma razão subentendida. Um diagnóstico, uma missão militar em Angola, uma perda irreparável de tão inesperada. Primeiro enviava cartas aos cuidados de Mercúrio. A quem ele ia entregar as missivas? Aí, havia o perigo. Graças a Deus, elas se incendiavam muito antes de chegar ao seu destino. Leitora, já percebeste que minha voz tem mudado de timbre? Isso tem me incomodado deveras. Depois encontrei um livro na biblioteca da universidade: “O escritor de fim de semana” Robert J. Ray. Hmmm... Isso é possível? Se Paulo Coelho pode, eu também posso. Se JK Rowling está podendo, eu também vou poder. E assim fomos cavocando, cavocando, cavocando. Até chegar a Ulysses. Eita, cacete! Dublin fede tanto quanto a cidade onde nasci. Cavoquemos um pouco mais. É bom. As unhas sujas não me envergonham. Os rituais descritos na Ilíada e na Odisséia me lembram passagens do Velho Testamento. Vamos continuar cavocando: Gilgamesh. Nunca mais chamei de dilúvio a tempestade que abria a voçoroca, ameaçando levar nossa casa, juntamente com os postes de luzes. Voltei a biblioteca antes acabasse a luz no quarteirão e sinceramente se eu dizer que escrevo por puro prazer, estarei mentido. Uma orgia com cinco ou seis michês, duas ou quatro ninfetas seria muito, muito, muito mesmo, mais prazeroso de tão apoteótico. Quanto cérebro explode em conexões nunca antes experimentadas. Então porque escrevo? Talvez, por pura necessidade de contar a alguém, no caso, ao namorado da minha namorada, como uma cerimônia de hasteamento da bandeira pode ser entediante de tão trágico. Ou talvez por uma questão de sobrevivência. Contar ao algoz uma história que o mantenha acordado a noite toda, na esperança que ele não cumpra a ameaça de nos devorar inteirinhos.
P.S.: Escrevo por não saber me calar diante momentos difíceis. Amar uma pedra, seria o pior deles.
Edinanci Silva (BRA) vs Yurisel Laborde (CUB) Judo Pan 2007
Se a Vida é madrasta, Deus é Pai. A única atleta com quem eu gostaria de ser fotogrado. De preferência na saída de um restaurante chinês.
De portas fechas
A particularidade da cantora Elza Soares reinterpretando o nosso hino nacional nos remete a outra apresentação memorável: João Carlos Martins ao piano, pianíssimo, transmutando toda melodia e rítmo em lágrimas e vértices. Espero que ele seja convidado para se apresentar na abertura do Parapan. A propósito, a Força Nacional vai continuar na cidade do Rio de Janeiro até o enceramento do desse segundo evento? Isso não mais importa. Por essa mania de falar sozinho, vou acabar internado na clínica de reabilitação. Mas isso realmente não mais importa.
Dos momentos inesquecíveis que tive ao seu lado.
Pan 2007 Ginástica rítmica (fita): Alexandra Orlando
Essa guria estudou na minha escola: "Não tem? Improvissa!" Sua graciosidade, afrodisíaco a aguçar úlceras estomacais, merecia comentários a altura da sua altivez. O público tantas vezes cariocamente estúpido-grosseiro-selvagem para não dizer simplesmente mal-educado, teve um momento de civilidade ao aplaudi-la de pé. Ela precisava ter sorrido. Como se estivesse acostumada com as intempéries do destino.
Mike Relm Live!
Não o conhecia. Vamos ver o que este senhor vai nos apresentar na cerimônia de encerramento do Jogos Panamericanos de 2007
Judo Pan 2007: Luciano Correa (BRA) vs Sergio Garcia (MEX)
Revejo, revejo, revejo e não entendo, como num ato violento pode haver tanta poesia.
27 de jul. de 2007
Há quanto tempo não escrevo uma crônica. Desde o penúltimo BBB. A vontade de ninguém me invade violentamente. Ouvidos a gritar murros secos. Continuar seria desistir e definitivamente revisões cor-de-rosas deixarão seus óculos de sol sobre a mesa. Eu inclusive havia feito um roteiro. Sério. Estou ficando dedicadinho, picadinho. Sigo orientações da professora peagade. (Mentiras!) Há um rascunho escrito com giz de cera. Mas ceras são quentes e as estátuas se derretem ao enfrentar esse calor de sangrar o nariz. Queria comentar o panpanpanpan. Conversávamos o polícia e eu no messenger. Ele a exibir todo seu vigor suculento. Não via a hora dele se satisfazer. Estava maçante. Eu queria apenas depurar os fatos. Contar nossos mortos. Havia muita mosca. Mudou de assunto. Corpo bronzeado, inveja dilatada. Estou morrendo de saudade de você. Se fosse verdade, as fotografias teriam chegado também na minha caixa-postal. (Tenho acompanhado suas missões pelos jornais cariocas, tesouro.) Seu comandante deve estar orgulhoso. Pode me ligar quando quiser. Mais uma outorga debaixo da chuva que não cai. Queria também comentar o furo vinculado na Folha de São Paulo e/ou a reportagem investigativa vinculada no Correio Braziliense. Meus Deus! A revolução chegou até as redações. Estou com medo. Protegei-me. Temos um novo ministro que sucumbirá diante tanta arrogância. (É profeta, agora?) Há também mais uma oficina. Ah! O tempo em que freqüentávamos os portais adornados de patrocínios. A esperança na terceira geração. A arte e os libelos pendurados na parede. Esse modem, essa conexão, esse reiniciar sem fim. Outro freguês a me interromper. Outra consulta, diagnósticos apressados. Estou perdido nesse labirinto sem paredes. Concluir, eis a aventura do dia seguinte. A multifuncional. Fax aos milhares a me dizer hoje não, hoje não, hoje não. Esqueço o passaporte em cima da mesa. Imagens distorcidas. Vamos ao menos ao barbeiro delinear essa barba e ao chegar em casa espanar os móveis. Ctrl+A. Delete.
26 de jul. de 2007
24 de jul. de 2007
Você sempre me surpreende. Quando menos espero, seu email chega na minha caixa-postal. Isso é muito bom. Quanto a vontade de esquartejar quem me incomodava passou totalmente. Persuadi o temporal a desaguar em outra chapada. hehehehe. Ademais, advogado criminalista, eu já tenho. :P. Aliás, o que eu mais tenho são amigos advogados. Não dou nem bom dia, sem consultá-los antes.
A propósito, queria saber se você deixou de lado aquela idéia ridícula de tão nojenta. Não me imagino provando o sabor do sêmen de ninguém, ok? Por mais gostosa e apetitosa que essa pessoa possa ser.
Beijos, beijos, beijos e um longo abraço apertado.
P.S.: Vamos nos encontrar num lugar bem simples só para eu ter certeza de que ainda consigo lhe proporcionar prazer. Pensei que você gostasse de bis. Eu quero um bis. Só para lambuzar seus lábios de chocolate.
23 de jul. de 2007
Lá em baixo, encontra-se ainda aqueles amores equivocados que deixei guardado na gaveta do criado-mudo. Você e sua truculência... Eu estava brincando. O mal humor fermentado esquivava-se de jogos sutis e indecorosos. Dedo não vale. Lamber é covardia. Lágrimas só para o sorriso. O lúdico afastava-se da cama, arrastando-se no piso emborrachado do lavabo. Ele sorria apreensivo. Eu gritaria a dor, se não fosse acordar nosso gato de estimação. Cavalgadas. Cavalgadas. Trote. A gente podia tomar café da manhã juntos. Tarde demais. Dois erros, eu desculpo. Três, não. Liguei a TV e fingi interesse na reportagem exibida. Um outro avião caiu, antes que dissesse onde, mudei de canal. Tragédia já me basta a nossa. Judocas lutando por uma medalhe de ouro. Deixa ai. Tarde demais. Joguei o controle próximo da jaula da fera e levantei-me ainda meio tonto. Fique com o controle, o cedro do poder que você acredita ter. A porta me convidava a tomar um ar fresco. Sua fumaça me entorpece. Seu perfume me cega. Aonde você vai? Sem você, a lugar nenhum. Me leva para onde a vertigem revoga as preces. Suas idéias me fustigam. Sorri com metade da boca. Ainda estava dolorida. Havia uma varíavel de sofrimento inexplicável até o momento.
21 de jul. de 2007
Esse cara parece que sabe. Foi o que escutei ao descer as escadas do palco, saindo pela coxia. Sem olhar para trás. Sem pedir lenços. Sem me lembrar de pagar a conta. Se é que consumi algum álcool exportável. Sentia-me confiante. Se o puto se atrevesse a revelar sua identidade, eu lhe desculparia todas as noites doloridas de tão carnosas, todos os beijos secos, todas as sandices. O rímel me borrava a lágrima grossa. E mais grossa ainda seria minha resposta à cantadas oportunistas. Estão te gritando. Não é por mim que eles gritam. É pela personagem. Eu não sou nada. O que a gente faz? Ignora. Troquei a camisa suada por uma regata emprestada. Cheiro de cachorro molhado. Olhei para o dono da camiseta. Sim, você me lembra um cão, balançando a calda para o dono, quando este lhe balança a guia da coleira. O cão arrasta o dono pelas ruas, jamais o contrário. Não por acaso chefiava a segurança. Agradeci o trapo. O pessoal quer mais. Não consigo ser sonho de valsa em noites abafadas. Estava difícil contar as estrelas do céu. Os vultos me causavam vertigem para não dizer ojeriza. Se o ambiente fosse mais mix, pediria outro explosivo. A noite agora é do DJ. Vou dar saltos mortais na pista. Desidratar o organismo até a convulsão. Claro que narrava a história com mais clareza e pormenores que não convém expor aqui, num lugar tão sem privacidades. Até porque, nunca pude ser safo na frente da enfermeira. Ela não entenderia (volta e meia ele era preconceituoso). Ela chorava enquanto ria, esquecendo-se às vezes que estava suturando um ferimento. Antes tivesse ido fazer o certo. Conta de novo. E a cada repetição surgia fatos novos. Chopp escuro no bar do Alberto. O cara tinha um piercing na língua. Isso a deixou curiosa. E como é? Há de ser suave o beijo. Abre a boca e deixe ele umedecer a jóia na sua saliva. Que ele prescute o ritmo descompassado do seu coração. Hmmmm... Deve ser muito bom. Ele vai meter a mão debaixo da tua blusa. Não resista, pois será tarde demais. Pronto. Um dia eu volto lá e será muito divertido.
Era um sangramento atípico, mas a conversa com o doutor engenheiro, me libertou. Posso voltar a viver as estripulias do galho seco com os símios de patas pesadas e faixas pretas amarradas nas cinturas. Se era só por diversão, porque a buffet de chás e cogumelos-cerejas? O sentido inverso das cartas não respondidas, Marcinho. Ah!... Compreendi, mesmo não conseguindo explicar. (Ele não enganava nem a si mesmo. Quantos ippons ainda serão necessários para nos convencer que tortas não são necessariamente de morangos e o amor, de manhã, quando abrimos a janela do quarto para desejar bom dia ao lago, continua nos surpreendendo com seus saltos quânticos. )
Tive que terminar este post de qualquer jeito. A enfermeira (Não pensem que temos um caso. Cumprimento todas minhas amigas com selinhos sentidos.) chegou de surpresa. Sem avisar, nem ao menos telefonar. Surpresa! Queria te flagrar com essa cara de ressaca. Descabelado. Roupas de estranhos espalhadas pelo chão do quarto. Nada disse. Decepcionou-se, talvez. Voltei a me comportar. Cópulas a granel só quando Baco permitir e mesmo assim, se eu não tiver recolhido um desses animais SRD que retardam nossa noite. E o rapaz do piercing. Está no banho. Para quem não gosta, você está muito interessada, não? Curiosa em conhecer sua nova aquisição, somente. Depois as amizades terminam na cama e a gente não sabe explicar porquê.
11 de jul. de 2007
10 de jul. de 2007
5 de jul. de 2007
Salve 4 de julho!
3 de jul. de 2007
27 de jun. de 2007
25 de jun. de 2007
23 de jun. de 2007
Apesar do corte lhe cair exatamente na altura dos ombros.
2 de jun. de 2007
Radiohead - Creep V Festival 2006
Poderia ser uma canção de amor. Mas nunca sabemos com quais versos iremos concluir o poema.
16 de mai. de 2007
10 de mai. de 2007
Sou mesmo um verme.
Há meses queria vincular meu weblog... blog... diário virtual... (Eita porra! Eu tenho vergonha de assumir a paternidade do caderninho de LCD, por isso a hesitação em denominá-lo.) Começando de novo. E sem digressão! Esse texto já não pertende, mais a racionaliade... Joaninhas não podem pisar nos seus pés. Dança com ele. Ritmo a gente marca no estralar do batidão. Dói na altura do diafragma. Deixa de ser veado, berol! É figado. Tenho certeza. Sou fraco. A bebida é forte. A medicação comprada com receita azul. Potência 10... Publicar algum vídeo do youtube, assim que conseguir chegar em casa. O âncora me persuadiu. Marinheiros e suas tatuagens. Nos dois bíceps. Meu tríceps. A mulherada delira, se vangloria ele para mim. (Furo teu ego com alfinete de segurança sem você se dar conta do quanto o mal pode ser traiçoeiro.) DiCla, (Oi, Qto tempo!), cá estamos nós aqui de novo, tirando do teclado pentelhos de ontem à noite. (São seus? Meus, não! Então, eram meus.) Tu me deixas falando sozinho. A tela do monitor passa a ser meu espelho, mas essa nossa imagem distorcida, me desmotiva. Não és tu visto aqui. O labirinto do castelinho. Chupei um cumulonimbus com a língua esfolada. A vertigem de querer transpor aquele muro rapado. Caíria numa coberta piscina semi-olímpica aquecida. Ofurô carioca. 2 a 2 no tempo regulamentar. Sua boca fervia impropérios onde lugar nenhum se projetava sobre a ponte de balanços de cordas soltas. A medicação começa a fazer efeito (foi aqui que parei, voltei e comecei de novo), não deveria ter tomado aquela copada de vodca. Vomitar, o desperdício interminável. Não posso cometer erros, type, type, type, type, type e finalmente... TYPE. Vai sair um droga de texto, mas o ar que respiro transita por todas aquelas sensações proibitivas. Metido rapaz. Lábios espessos. Umedecidos. Me arrancavam os pêlos do braço. Minha orelha goma de avelã. Seu perfume doce, meu mar no cio... Cítrico. Levemente feminino. Só que tem um problema, disse-lhe. Só deixo entre as coxas. Então, vamos para um motel. Você vai ser minha indiazinha. Sorriu. Mostrou bem os dentes. Depois ficou sério. Até demais. Não gostei da piada. Mas o cérebro chacoalhava minhas pernas e me faltava sangue nos olhos. Ai! Que vergonha. Ah! Que delícia. A sensação de que minha alma se desprendeu do meu corpo. A melodia me rodopia. Sou o biruta a medir a força da tempestade. Um sol a lançar bolas de fogo sobre mim. O peso da força da energia vital. Não me morde. Gado meu é marcado. Na abundância do orgasmo, esqueci meu nome, me arrependi de não ter levado uma caneta e desafinei no penúltimo acorde do arranjo. (Sexo anônimo numa blitz do BPtran, não teria sido diferente, né Isabelle?) O lixo recolhido da mesa, DiCla, não é apenas resto de papéis amassados meticulosamente. Há um pouco da gente ali dentro. A perda só não foi maior, porque a letra de "Creep" continua atual. I don't belong here. Acho mesmo que jamais pertencerei. Talvez um dia o revise, querido amigo, por enquanto vais ficando assim. Passe bem as próximas 24h. Volto se Ele permitir.
21 de abr. de 2007
Nessa nossa guerra íntima, escolhi o lado que vou ficar. Atravesso os limites da espionagem sem dever nada a ninguém. A minha moral é meu guia, capitão. Me dá licença. Mulheres japoneses teriam histórias a nos contar? Meninas yanomamis teriam histórias a nos contar? Para quem se entusiasma por gemidos sufocados por lágrimas, o espetáculo bate a porta. Senta. Acalma o coração, tenta nos dizer como você foi violado. Foi estupro. Um sumulado, portanto. Nem por isso menos violento. O quando vejo os camuflados em ação, sinto vontade de ligar. Ainda não é o momento.
19 de abr. de 2007
18 de abr. de 2007
17 de abr. de 2007
16 de abr. de 2007
Hoje preciso colocar meu alter-ego de lado, e assumir essa tristeza, misto de revolta e dor. Corroa meus intestinos com sua força descomunal. Não seria novidade nenhuma se descobrissem um cancêr me comendo velozmente por dentro. Eu sofreria. Para alguns seria o supra-sumo, para outros a indiferença. Para mim a purificação do milagre. Aumento o volume da caixa de som. A valsa transforma-se em pastiche pop-rock. Convido Dona Morte para dançar comigo. É a última música. Sua chance de conduzir para onde quer que seja. Seu hálito acebolado não me amedronta mais. Eu me acostumei. Giramos pelo corredor até a cozinha, executamos os passos com precisão. Quando me dei conta, é a Senhora que está na porta da sala, se despedindo, mandando beijinho, balançando a mãozinha, dando uma piscadinha. Espera aí, não vá agora. Eu volto, querido. Porque adiar a dor mais ainda, quando poderia ser agora. Suas malas não estão prontas. Come mais um pedaço da torta. A mal-educada sumira. Havia preparado o jantar com tanto carinho. Essa dor é por causa de um amigo não ter me respondido um e-mail. Finge não me conhecer, fingirei tão bem que ele se sentirá magoado. Não foi com o procurador? A vida não é como gostaríamos que fosse. Vou imaginar um final feliz, após todo o sofrimento e provação. É o percurso do herói. Do sofrimento à redenção.